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A casa

Uma manhã de domingo no Jardim das Delícias, no quintal do Condô, bem no meio da Vila Anglo Brasileira, Zona Oeste de São Paulo. Foto Fernando Martinho

Uma casa criativa com infinitas possibilidades

Um abrigo de desejos, discussões, convivência e muita ação

Localizada na Vila Anglo Brasileira, zona oeste da cidade de São Paulo.É a sede da Associação Condô Cultural, além de ser espaço de trabalho de artistas, empreendedores culturais, ambientais e ativistas.

Local de muitas das nossas ações, também pode ser o que você está buscando para o seu projeto. Confira nossos espaços para locação.

Locação de Espaços para trabalho

A Gestão da Casa está a cargo da Bica de Pedra Produções Artísticas, coordenada por Kako Guirado e Géssica Arjona em colaboração com Daise Cerqueira, Celeste Castro e outros parceiros. A gestão é responsável por funções que permitem dar continuidade à existência do espaço: recuperação física e manutenção do edifício; implementação de infraestrutura adequada às demandas das atividades e ações; locações dos espaços e administração geral.

A história do edifício

Um grupo escolar. Um hospital. Do abandono à ocupação, à vida artística, ao fazer diário: O Condô Cultural.

 

O prédio é uma antiga edificação de história longa e movimentada. A Casa com área construída de 970 m2 em um terreno de 1.250 m2, está dividida em duas partes. A primeira construção deu lugar ao Grupo Escolar Anglo Brasileiro, que funcionou entre 1933 e 1955. A segunda construção foi erguida em 1955, após o fechamento da escola, e deu lugar ao Hospital e Maternidade São Marcos, que se transformou no Hospital Geriátrico Anglo Brasileiro no final da década de 70, fechando suas portas no ano de 1995.

Um prédio que foi testemunha de nascimentos e mortes e que faz parte da história e memória do bairro, a popular Vila Anglo Brasileira, moradia de imigrantes na zona oeste de São Paulo.

Após o ciclo escola-maternidade-hospital, o prédio ficou abandonado por 15 anos. E já quase centenário, teve sua vocação social resgatada, convertendo-se em espaço cultural, graças a um grupo de pessoas que começou a transformá-lo: do abandono à ocupação, à vida artística, ao fazer diário.

Desde o início desse processo, em 2009, é constante a preocupação em manter a identidade cultural coletiva que está estampada nas paredes e detalhes do imóvel. Todas as reformas e modificações são baseadas na preservação da história do lugar. A cada parede descascada, um mundo revelado, um pedaço da história de muitas pessoas que passaram pela escola e pelo hospital. E são muitas as camadas das paredes, das pinturas, portas, janelas, pisos e memórias.

Todo este movimento de manter o prédio e sua história vai contra o sistema cruel de especulação imobiliária que a região oeste de São Paulo tem sofrido na última década. Acreditamos que a perda do patrimônio representa a perda da história e da identidade, pois a história do nosso bairro e do local onde convivemos e habitamos é única e insubstituível, e a destruição das suas representações materiais significa o esquecimento de parte da nossa identidade cultural. E esquecer nossa cultura é esquecer quem somos.

Dar importância à preservação de um prédio histórico como esse, portanto, é trazer à luz os significados que vão além do valor material e estético, conservando elementos da história do lugar e de sua população.

Mesmo cuidando sempre da manutenção do espaço – sem deixar de propor inúmeras ações criativas –, o prédio necessita constantemente de intervenções que demandam mão de obra especializada e muitas vezes estão fora das nossas possibilidades financeiras. Tudo o que foi feito até hoje para que o prédio pudesse ser minimamente recuperado e habitado, aconteceu graças à ação de pessoas interessadas em mantê-lo em funcionamento. Um trabalho de formiguinha com muito suor e muita, muita mão na massa. Graças a colaboração dessas pessoas é possível manter o espaço ativo e em processo constante de recuperação.

Se quiser fazer parte dessa construção, venha nos conhecer, ser associado, acompanhar nossa programação ou colaborar com nossos projetos. Você pode receber as novidades em primeira mão neste canal do whatsapp.

A Vila Anglo Brasileira

Vista da Vila Anglo. Foto Paulo Pereira.

O bairro é um pequeno subdistrito da zona oeste da capital paulista, pertencente à subprefeitura da Lapa. Em 2022 completou 95 anos de idade e ainda carrega no seu cotidiano práticas de convivência já esquecidas nas grandes metrópoles. Com ruas estreitas de paralelepípedo e uma topografia acidentada, onde as casas ficam incrustadas nos morros ou abaixo do nível das ruas, ainda preserva um clima de “bairro”, e resiste à especulação imobiliária por sua característica peculiar. Com configuração geográfica de fundo de vale, cria um contraste com os bairros vizinhos, tais como Perdizes, Vila Madalena, Alto da Lapa e Sumarezinho.

A Vila é como uma periferia no centro. Com mais contato entre seus moradores e famílias, este bairro popular tem grandes ladeiras, casas próximas e muitas famílias no mesmo quintal; pequenos comércios, bares nas esquinas e pessoas nas ruas. Em alguns momentos parece um bairro de uma pequena cidade, mesmo estando a poucos minutos a pé do metrô Vila Madalena.
O historiador e morador do bairro, Leandro Antônio Gatti, lançou, pela Editora Baraúna, duas edições de “Histórias da Vila Anglo Brasileira – Contadas por alguns de seus mais antigos moradores” (2012 e 2015) e uma edição comemorativa com fotos coloridas e mais de 400 páginas, pela Editora Matarazzo (2017). Ele mantém um blog detalhado sobre a história e acontecimentos dessa tão querida Vila.